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http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8601
Tipo do documento: | Tese |
Título: | Saúde, campesinato e os animais : uma análise sobre as criações de ruminantes em assentamentos rurais no estado de Pernambuco na perspectiva da epidemiologia crítica |
Autor: | BARBOSA JUNIOR, Sebastião André |
Primeiro orientador: | RIZZO, Huber |
Primeiro coorientador: | OLIVEIRA, Jaqueline Bianque de |
Segundo coorientador: | FREITAS, Aderaldo Alexandrino de |
Primeiro membro da banca: | GURGEL, Idê Gomes Dantas |
Segundo membro da banca: | AZEVEDO, Edisio Oliveira de |
Terceiro membro da banca: | MATTOS, Jorge Luiz Schirmer de |
Quarto membro da banca: | SILVA, Jean Carlos Ramos da |
Resumo: | A criação de ruminantes no Brasil é composta majoritariamente pela agricultura familiar. A bovinocultura tem uma contribuição importante no número de estabelecimentos e a caprinovinocultura, tanto os estabelecimentos, quanto os rebanhos são em maioria de base familiar e camponesa. A ideia do estudo foi estabelecer uma relação entre a saúde animal e a dimensão social, no sentido de conhecer o perfil epidemiológico de saúde das criações, envolvendo não apenas os animais, mas os(as) camponeses(as) criadores(as) e os seus territórios, à luz da Determinação Social da Saúde, tendo como aporte teórico-metodológico central a Epidemiologia Crítica. Dessa forma, objetivou-se realizar um estudo epidemiológico de caráter descritivo sobre as criações de ruminantes em assentamentos rurais no estado de Pernambuco. A pesquisa foi desenvolvida em cinco assentamentos rurais: Mato Grosso, Jardim, Serra Grande, Chico Mendes III, e Concórdia e Santa Cruz. A análise descritiva foi desenvolvida tendo como instrumentos de coleta de dados: entrevista estruturada, diagnóstico rural participativo e a observação participante. A proposta do Plano de Atividades de Extensão Universitária desenvolveu-se com base na concepção da Extensão Universitária Popular e da estratégia do Monitoramento Participativo. Dentre os principais resultados, teve-se que a maioria dos entrevistados foi do sexo masculino (76,6%), média de idade de 52,3 anos, baixa escolaridade; e renda familiar prevalente de um até três salários mínimos em 91,4% dos casos. A presença de uma escola foi relatada em três assentamentos. Em todos foram descritos condições precárias de infraestrutura e escassez de políticas públicas. A espécie bovina foi a mais presente nas criações, tendo como finalidade principal, a engorda. O principal sistema de criação utilizado foi o semiextensivo (82,9%) e as principais doenças mencionadas nos bovinos foram: verminoses e infestação por carrapatos (91,5%), e para os caprinos e ovinos: verminoses (85,3%) e infecção do umbigo (onfalite) (58,3%). Os dois principais motivos da criação foram o afeto pelos animais e a renda, com o bovino apresentando um significado econômico muito importante. Quanto aos aspectos do trabalho e da saúde, os(as) camponeses(as) demonstraram que a rotina de atividades com os animais se caracterizou como um processo árduo, com dificuldades na utilização de EPI e EPC, resultando em uma carga de trabalho ergonômica, química, física e biológica, havendo relatos de acidentes e afastamento das atividades. Também se verificaram aspectos de dificuldade ao acesso a serviços de saúde que contribuíram para a ocorrência de doenças crônicas, osteoarticulares, hipertensão, diabetes em paralelo a doenças infecciosas e parasitárias, como esquistossomose e leishmaniose. A proposta de Plano de Atividades de Extensão Universitária culmina com uma proposta social para a extensão universitária para intervir em situações reais da classe trabalhadora. Organizou-se a proposta com base em quatro demandas: apresentação dos resultados e articulação social, saúde animal, saúde do trabalhador e saúde do campo, sendo construída com base na Extensão Universitária Popular, Agroecologia, Etnoveterinária e Saúde Única. A infraestrutura dos assentamentos rurais, o manejo produtivo e sanitário, a relação dos assentados com os bovinos, e os aspectos do trabalho e da saúde mostraram-se de maneira precária. Dessa forma, sugere-se que tais condições na criação de ruminantes em assentamentos rurais fazem parte de uma totalidade, resultante de um modelo de sociedade baseada no modo de produção capitalista, sendo consequência histórica e estrutural da questão agrária no país, mostrando, assim, a determinação social no processo saúde-doença nas populações animais e nos seres humanos. |
Abstract: | Ruminant raising in Brazil is mainly composed of family farming. Bovine farming has an important number of facilities whereas in goat farming most of, both facilities and herds belong to Family farming and peasant agriculture. The objective of the study was to establish a relation between animal health and the social dimension, in the sense of knowing the epidemiological health profile of the farms, involving not only the animals, but the peasants (farmers) and their territories, according to the Social Determinants of Health, with Critical Epidemiology as its central theoretical and methodological contribution. Thus, the objective was to carry out an epidemiological study of descriptive nature on ruminant farming in rural settlements in Pernambuco state. The research was carried out in five rural settlements: Mato Grosso, Jardim, Serra Grande, Chico Mendes III and Concórdia e Santa Cruz. The descriptive analysis was developed using the instruments of data collection: structured interview, participatory rural appraisal and participant observation. The proposal for the University Extension Activities Plan was developed based on the concept of Popular University Extension and the Participatory Surveillance strategy. Among the main results, it was found that the majority of the interviewees were male (76.6%), with an average age of 52.3 years old, low education levels and the prevalent family income was one to three minimum wages in 91.4% of cases. The presence of a school was reported in three settlements, in all of which poor infrastructure conditions and scarcity of public policies were described. The bovine species was the most present in the farms, having fattening as the main purpose. The farming system mainly used was semi-extensive (82.9%) and the mainly mentioned diseases in bovines were: worm and tick infestation (91.5%), whereas in goats and sheep were worm infestations (85.3 %) and omphalitis (58.3%). The two main reasons for animal raising were affection for the animals and the income, bovines having a very important economic significance. As for work and health aspects, the peasants showed that the routine of activities with animals was characterized as an arduous process, with difficulties in the use of PPE and CPE, resulting in an ergonomic, chemical, physical and biological workload, with reports of accidents and absence from activities. There were also aspects of difficulty in accessing health services that contributed to the occurrence of chronic and osteoarticular diseases, hypertension, diabetes, as infectious and parasitic diseases, such as schistosomiasis and leishmaniasis. The proposed University Extension Activities Plan culminates as a social proposal for university extension to intervene in real situations of the working class. The Plan was constituted based on popular conceptions of education and health, and incorporated aspects of Agroecology and Ethnoveterinary, on the sustainability and valorization of popular practices and knowledge, and of One Health, with regard to the intersectoriality of public policies. The infrastructure of rural settlements, productive and sanitary management, the relationship between settlers and cattle, and aspects of work and health were precarious. Thus, it is suggested that such conditions in ruminant farming in rural settlements are part of a total, resulting from a model of society based on the capitalist mode of production, being a historical and structural consequence of the agrarian issue in the country, thus showing the social determinants in the health-disease process in animal and human populations. |
Palavras-chave: | Etnoveterinária Agroecologia Epidemiologia crítica Saúde única Criação de ruminante Assentamento rural |
Área(s) do CNPq: | CIENCIAS AGRARIAS::MEDICINA VETERINARIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal Rural de Pernambuco |
Sigla da instituição: | UFRPE |
Departamento: | Departamento de Medicina Veterinária |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária |
Citação: | BARBOSA JUNIOR, Sebastião André. Saúde, campesinato e os animais : uma análise sobre as criações de ruminantes em assentamentos rurais no estado de Pernambuco na perspectiva da epidemiologia crítica. 2021. 174 f. Tese (Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
URI: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8601 |
Data de defesa: | 26-Fev-2021 |
Aparece nas coleções: | Doutorado em Ciência Veterinária |
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