@MASTERSTHESIS{ 2009:1160748381, title = {Biologia Reprodutiva da Palmeira Licuri (Syagrus coronata) (Mart.) Becc. (Arecaceae) na Ecorregião do Raso da Catarina, Bahia}, year = {2009}, url = "http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5510", abstract = "A necessidade de obtenção de informações aprofundadas sobre a biologia de uma espécie vegetal, notadamente da biologia reprodutiva, mostra-se imprescindível para fins de proporcionar o seu manejo adequado. Syagrus coronata (Mart.) Becc., palmeira conhecida como licuri, apresenta notória importância social e ecológica, principalmente na região semi-árida nordestina, onde se destaca pela importância para alimentação da fauna silvestre, especialmente da rara arara-azul-de-Lear; entretanto, encontra-se em situação de declínio populacional, demandando por estudos do sistema reprodutivo para fins de compreensão do processo e sucesso reprodutivo da espécie. Esta pesquisa constitui-se de dois estudos complementares, o primeiro relativo à morfometria de estruturas reprodutivas e o segundo relativo à biologia floral e reprodutiva de Syagrus coronata, ambos desenvolvidos em uma área localizada no município de Paulo Afonso/BA. Foram selecionados e identificados 40 indivíduos adultos em uma população natural. Para o estudo de descrição morfométrica de estruturas reprodutivas foram realizadas coletas e acompanhamento de desenvolvimento de estruturas reprodutivas em dez indivíduos distintos. Constatou-se que Syagrus coronata apresenta espádice interfoliar; inflorescência tipo panícula, pedunculada, com 66,9 (± 13,8) ráquilas, possuindo um total de 11.741,8 (± 3.392,6) flores de coloração amarela, das quais 10.915,9 (± 3.115,4) são estaminadas e 825,9 (± 501,9) pistiladas. Apresenta protandria acentuada de cerca de dez dias. A infrutescência apresenta 333,4 (± 185,2) frutos (drupa) com pirênio elipsóide marrom. Para o estudo da biologia floral e reprodutiva da espécie foram caracterizados o sistema reprodutivo e as síndromes de polinização e dispersão; através da determinação da razão P/O e viabilidade polínica, e realização de experimentos de polinização controlada, constando de testes para verificar a ocorrência de auto-polinização, de anemofilia e de agamospermia em 30indivíduos distintos. Também foram identificados os visitantes florais e possíveis dispersores de diásporos. A razão P/O da inflorescência é 1,76 106 (± 0,12) e a viabilidade polínica de botões florais correspondeu a 96,9% (± 0,74). Embora seja autocompatível, há uma elevada tendência de ocorrência de polinização cruzada, devido à existência de acentuada dicogamia (protandria). Não foi verificada a formação de frutos apomíticos. Foi constatado que a entomofilia é responsável por 67,2%, enquanto a anemofilia é responsável por 32,8% da polinização das flores. Os principais visitantes florais nas inflorescências e flores foram as abelhas Trigona spinipes e Apis mellifera (Apideae) e o besouro Microstrates ypsilon (Curculionideae). Sendo T. spinipes o principal agente polinizador. A dispersão dos frutos é estritamente zoocórica, podendo atuar como agentes dispersores as aves Anodorhynchus leari e Penelope sp. e os mamíferos Dasyprocta sp., Thrichomys sp. e Tayassu sp. bem como espécies de gado dos gêneros Bos sp., Capra sp. e Ovinis sp. em áreas antropizadas sujeitas ao pastoreio. Decorrente das estratégias, recompensa floral, alta viabilidade polínica e elevadíssima razão P/O constatados, bem como, da formação de frutos nos experimentos de polinização cruzada e de autopolinização e ocasional sincronia de fenofases masculina e feminina num mesmo indivíduo, conclui-se que esta espécie é xenógama facultativa. Espera que este estudo possa contribuir para subsidiar projetos de revigoramento populacional e incrementar as possibilidades de manejo sustentado desta espécie nativa.", publisher = {Universidade Federal Rural de Pernambuco}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais}, note = {Departamento de Ciência Florestal} }